“Eles não sabem perdoar e nem têm certeza de que deveriam”, disse o pastor de 72 anos. “A ênfase dos jovens em fazer justiça é importante, e o perdão parece contradizer a justiça. Parece. ‘Bem, eu posso perdoar ou posso buscar a justiça’. Esse é um problema. E então, em segundo lugar, vivemos em uma cultura onde as pessoas não fazem coisas cara a cara… elas não sabem como lidar com conflitos ou desacordos”, contextualizou, referindo os embates através das redes sociais.

Tim Keller acrescentou, em entrevista ao The Christian Post, que a ideia de perdoar alguém se tornou uma anomalia: “Há um momento cultural aqui em que acho muito importante falar sobre o perdão. Vivemos em uma cultura que é muito fragmentada, polarizada, há muita raiva e as pessoas estão realmente perseguindo umas às outras. O perdão não está no ar”.

O novo livro do pastor foi intitulado Forgive: Why Should I and How Can I? (“Perdoar: Por que devo e como posso?”, em tradução livre). Ao longo do texto, Tim Keller enfatiza que o perdão é uma parte essencial da vida cristã, sendo o coração do Evangelho.

“Na Oração do Senhor, a única afirmação que Jesus repete é: ‘Perdoa-nos as nossas dívidas como nós perdoamos aos nossos devedores’. E então, no final da oração, Jesus acrescenta: ‘Se você não perdoa as outras pessoas, então não há razão para que Deus o perdoe’. É muito, muito central para o que a Bíblia ensina”, disse ele.

Em resposta ao ceticismo secular, o pastor Tim Keller aborda a aparente contradição entre perdão e justiça, mostrando que a menos que os dois sejam perseguidos juntos, é impossível fazer justiça: “Em vez de dizer ‘eu posso perdoar ou buscar a justiça’, não, você precisa perdoar para buscar a justiça, porque se você não perdoar a todos, estará buscando a vingança. Sua motivação tenderá a ser raiva. A raiva é mais cansativa que o amor… como uma emoção, a raiva te consome, o amor te preenche. A raiva pode torcer você”.

“E se essa é a principal razão pela qual você vai tentar fazer justiça, acho que vai exagerar; muitas vezes, quando você está falando com pessoas que você acha que estão fazendo injustiça, você não vai persuadi-las ou conquistá-las… em muitos casos, você as torna piores, porque elas sentem que precisam proteger a si mesmas”.

Sobre o tratamento contra o câncer, o pastor disse que está passando pela imunoterapia, e que todas as técnicas usadas desde a descoberta mantiveram o tumor sob controle, “exatamente onde eu estava há dois anos e meio quando recebi o diagnóstico de câncer”.

“A maioria das pessoas desaparece em meses ou um ano; Ainda estou forte e vou entrar em dois anos e meio. Sou muito, muito grato a Deus”, finalizou.

Creditos: Gospel+

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