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Um dos temas mais espinhosos para a Igreja Cristã na atualidade diz respeito à liderança do marido sobre a esposa, algo que passou a ser alvo de distorções doutrinárias devido à infiltração da ideologia feminista no meio cristão durante as últimas décadas.
Outro fator de dificuldade, igualmente grave, diz respeito à compreensão e comportamento errados de muitos homens que não entendem o que significa, de fato, ser o “cabeça” da mulher.
Visando colaborar para o esclarecimento dos cristãos sobre o tema da liderança do marido sobre a esposa, o presbítero da Igreja Batista da Graça em São José dos Campos (SP), Vinicius Musselman Pimentel, que também atua como Supervisor editorial no Ministério Fiel, escreveu um artigo a esse respeito.
Autoritarismo não é liderança
Pimentel começa lembrando que a Bíblia carrega vários exemplos de autoridade do homem em seu lar, incluindo os que cometeram erros graves, como o rei Davi, apesar de ter sido descrito como um homem “segundo o coração de Deus”.
“O correto uso da autoridade, debaixo do temor do Senhor, é abençoadora. Ela traz condições favoráveis para que outros possam florescer. Mas até mesmo o rei Davi falhou ao usar sua autoridade”, diz o presbítero. “O resultado foi maldição sobre a família real.”
Antes, Pimentel explicou que o que parece ser o erro mais comum quando se trata da liderança do marido sobre a esposa, que é confundir autoridade com autoritarismo! Segundo o presbítero, isso ocorre devido ao pecado na vida do homem.
“Com a Queda, o pecado contamina o nosso uso de autoridade. Adão não protege sua esposa, mas a deixa exposta ao perigo, tanto junto à serpente, quanto diante do Senhor”, explica.
Pimentel explica que a famosa passagem de Efésios 5, onde é escrito que a mulher deve ser submissa ao marido, não traz como maior lição essa realidade, uma vez que ela já era reconhecida na cultura. O grande ensinamento, nesse caso, é o papel sacrificial do homem em prol da esposa.
“Há um motivo para isso”, diz o presbítero. “Autoridade na mão de pecadores rapidamente se torna em opressão (falta de amor, provocação à ira e maus tratos no contexto de Efésios 5.22–6.9). Então, precisamos aprender com Deus a como usar a autoridade que ele concedeu.”
Papel sacrificial
O que a Bíblia ensina sobre a liderança do homem do marido sobre a esposa não é uma relação de subserviência, opressão e autoritarismo, mas de sacrifício em função do amor. Pimentel cita Jesus Cristo como o maior exemplo.
Jesus “trouxe o exemplo perfeito de liderança servil”, diz o presbítero. Ele “poderia vir de forma justa e demandar a submissão e adoração de todos nós. Mas não é isso que ele faz.”
“Além de ensinar, Cristo também exemplificou. Diante da angustiante sombra da morte, Jesus escolheu amar seus discípulos até o fim, lavando seus pés (Jo 13.1-17) e servindo à mesa (Lc 22.27). Essa atitude servil de Cristo não diminui sua autoridade.”
“Essa atitude servil de Cristo resgata o que significa exercer autoridade: amar de forma que haja mais ordem e vida naqueles que estão submissos à sua liderança”, acrescenta Pimentel.
Em outros termos, a liderança do marido sobre a esposa tem como marca principal a doação de si mesmo, sempre visando o bem da mulher amada, exatamente como Cristo se entregou pela Igreja, a Sua noiva.
A submissão da esposa, portando, deve ser um reconhecimento natural e voluntário em decorrência de uma liderança amorosa, como diz Pimentel, “sacrificial”, que não confunde autoridade com opressão.
“Esse é o belo paradoxo da liderança cristã: é estar posicionalmente acima de alguém, tendo autoridade sobre a sua vida, mas usar seu domínio (no sentido bíblico positivo e não cultural negativo) de forma servil para o benefício do liderado”, diz o presbítero, que conclui em eu artigo para o Voltemos ao Evangelho:
“É essa junção, esse paradoxo da liderança que de forma bela testemunha da relação de Cristo com a sua igreja. Assim, o marido deve viver esse paradoxo mostrado na liderança de Cristo. O marido possui autoridade do lar, como cabeça da mulher, da esposa e dos filhos, mas é o lavador de pés da família. Isto é ser, biblicamente, o cabeça da mulher.”
.Creditos: Gospe _+