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A liberdade religiosa é uma conquista das democracias, mas vem sofrendo “desrespeito alarmante” na América Latina nos últimos anos, de acordo com a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, uma organização que lida com a proteção das garantias fundamentais na sociedade.
Tomás Henriquez, diretor da ADF para a América Latina, fez um alerta para a Comissão, apontando o que para ele significa uma “onda” de violações ao livre discurso religioso na região.
“A América Latina está atualmente experimentando uma onda de abusos de direitos humanos na área de liberdade religiosa. O que estamos vendo é indicativo de um desrespeito alarmante por esse direito humano fundamental”, comentou.
O diretor citou como exemplo os recentes acontecimentos na Nicarágua, onde padres e freiras têm sido presos e/ou expulsos do país, acusados de atuar contra o regime ditatorial liderado por Daniel Ortega.
Henriquez explicou que providências sejam tomadas o quanto antes, uma vez que se a escalada de violações continuar avançando, “haverá graves consequências não apenas para as pessoas de fé, mas também para o futuro da democracia na região como um todo.”
Viés político
É importante destacar que os casos de violação à liberdade religiosa relatados pela ADF estão associados à motivação política. Na Nicarágua e também no México, os governos têm acusado líderes cristãos de tentar influenciar os fiéis por meio do discurso político-religioso.
Ocorre que, na verdade, uma vez que diversos temas sociais também dizem respeito à Igreja, já que podem ir de encontro à doutrina cristã, é absolutamente natural que as lideranças religiosas se posicionem a favor ou contra o governo.
Na Nicarágua foram expulsas do país as “Missionárias da Caridade de Santa Teresa de Calcutá” e as “Religiosas da Cruz do Sagrado Coração de Jesus”, enquanto padres foram presos, incluindo o Bispo de Matagalpa, Rolando Álvarez (em prisão domiciliar), além de Oscar Benavidez, Ramiro Tijerino, José Luis Díaz, Sadiel Eugarrios e Raúl González.
“Comissários, estamos diante da infeliz coincidência de que esta audiência esteja ocorrendo ao mesmo tempo em que a região está testemunhando com impotência uma das piores perseguições religiosas da memória viva desde que o sistema entrou em vigor”, lamentou Henriquez.
No México, os padres Juan Sandoval, Mario Angel Flores, Carlos Aguiar e Angel Espinosa de los Monteros foram condenados por uma lei datada de 1917, o artigo 130 da Constituição mexicana, que supostamente proíbe que os religiosos façam discursos políticos com o objetivo de influenciar os fiéis.
Contexto brasileiro
Aqui no Brasil, uma vez que as igrejas evangélicas têm exercido forte influência sobre os rumos políticos do país, elas também viraram alvos de críticas por parte das lideranças de esquerda, tendo inclusive pastores censurados.
Conforme o GospelMais noticiou esta semana, o ex-presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), por exemplo, José Genoino, chegou a conceder uma entrevista no sábado (5) sugerindo como o futuro governo Lula deverá reagir para travar uma “batalha” contra as denominações.
Credito: Gospel+