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Pontífice diz que tradição cristã não reconhece direito à propriedade privada como absoluto e intocável.
A expropriação da propriedade privada é uma das ideias utópicas defendidas pelo comunismo, supostamente para promover a igualdade, um conceito que não é defendido pela Bíblia, apesar de o papa Francisco afirmar nesta segunda-feira (30) que a “tradição cristã nunca reconheceu como absoluto e intocável o direito à propriedade privada”.
O pontífice católico enviou mensagem em vídeo por ocasião do primeiro encontro virtual dos juízes membros do Comitê para os Direitos Sociais da África e continente americano, defendendo o conceito de “justiça social” diferente do que ensina a cultura judaico-cristã. Francisco aproveitou também para criticar a concentração de riqueza e pedir a construção de uma justiça social sem iniquidade.
“Construamos a nova justiça social admitindo que a tradição cristã nunca reconheceu como absoluto e intocável o direito à propriedade privada e sempre sublinhou a função social de todas as suas formas. O direito de propriedade é um direito natural secundário derivado do direito que todos têm, nascido do destino universal dos bens criados. Não há justiça social que possa ser baseada na iniquidade, o que pressupõe a concentração da riqueza”, disse Francisco.
Frequentemente Francisco profere discursos com conceitos que fazem parte do comunismo, apesar de muitos destes conceitos serem contrários a Bíblia. Ele disse ainda que para “construir, analisar, a partir de uma revisão conceitual integrada, a ideia de justiça social, é essencial recorrer a outro conjunto de ideias e situações que constituem a base sobre a qual esta deve se sustentar”.
“As ideias sobre as quais vocês trabalham” afirma Francisco aos juízes, “não devem perder de vista a pequena parte da humanidade que vive na opulência, enquanto que a maioria tem sua dignidade desconhecida e seus direitos humanos ignorados e violados”.
Cristianismo
A importância da propriedade privada é evidente na Palavra de Deus já no Antigo Testamento, quando Deus cita entre as leis morais a ordem para não cobiçar. O texto também faz parte da Torá, o livro sagrado do judaísmo, e fala sobre não cobiçar a mulher, a casa, o campo, o servo, nem coisa alguma.
“Não furtarás. […] Não cobiçarás a mulher do teu próximo; e não desejarás a casa do teu próximo, nem o seu campo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo”, diz Deuteronômio 5.19;21.
Em Êxodo 20.15, a Bíblia fala também para não furtar, ou roubar, o que significa que o conceito de posse sobre alguma coisa é defendida pela Palavra de Deus. Os textos sagrados trazem diversas recomendações que apontam uma defesa do direito a propriedade privada.
Justiça Social
A justiça social apresentada pela Bíblia jamais é impositiva, os textos sagrados apresentam o conceito de ajuda ao próximo e amor ao próximo como um ato voluntário. Também é possível encontrar versículos que falam contra o apego aos bens materiais, o que demonstra que o Cristianismo orienta os ricos a doarem, voluntariamente, seus bens para ajudar os necessitados.
De acordo com a Bíblia, é pecado ignorar os necessitados (Amós 5.12), mas não existe nenhum texto que relativiza o direito a propriedade privada, como sugere o líder da Igreja Católica. O exemplo do “Bom Samaritano”, descrito em Lucas 10.25, demonstra como é possível usar seus recursos para ajudar quem precisa.
Fonte: https://www.gospelprime.com.br