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A violência doméstica é um dos grandes e mais tristes problemas da sociedade, algo que também está presente no seio da Igreja. Foi pensando nisso que o pastor Josué Valandro Jr. escreveu um artigo abordando a seguinte questão: mulheres que apanham de seus maridos podem se divorciar?
Segundo Valandro Jr., líder da Igreja Batista Atitude, no Rio de Janeiro, “as nossas igrejas estão repletas de mulheres que apanham de seus maridos”, uma realidade que infelizmente ainda existe, em parte, porque o tema não é trazido à tona e abordado como deveria.
“Não são poucas aquelas que vivem uma vida de horrores, sofrendo as agruras de uma relação despótica, ditatorial e abrutalhada”, inicia o pastor em uma reflexão publicada recentemente.
O líder religioso que se tornou nacionalmente conhecido por pastorear a primeira-dama Michelle Bolsonaro, explicou que a violência doméstica entre os cristãos muitas vezes é tolerada devido a um entendimento errado sobre as condições bíblicas sobre o divórcio.
Em certos casos, essa noção errada é endossada por pastores e até mesmo algumas mulheres que propagam a ideia de que o divórcio, por não ser fruto da vontade de Deus, é algo condenável em qualquer circunstância, o que não é verdade.
Abandono da mulher
Valandro Jr., falando das mulheres que apanham de seus maridos, disse que muitas “continuam se sujeitando a esse tipo de relacionamento, fundamentado na premissa de que Deus odeia o divórcio (o que é verdade). E com isso, acentuando distúrbios psicológicos, neurológicos e físicos em sua própria vida e na dos filhos.”
O pastor concorda que, de fato, o divórcio é fruto de “corações caídos”, visto que reflete a natureza pecaminosa humana, motivo pelo qual é odiado por Deus.
Contudo, Valandro Jr. explica que “é indispensável que também entendamos que existe um enorme abismo entre lutar por um casamento combalido a permanecer numa relação na qual a esposa é constantemente violentada fisicamente.”
Isso, porque, de acordo com o pastor, a Bíblia em 1 Coríntios 7:10-15 autoriza o divórcio na condição em que o homem deixa cumprir a sua obrigação de amar, proteger e cuidar da esposa, algo impossível de existir em um contexto de violência doméstica.
“O cônjuge cristão PODE se divorciar desde que o seu marido incrédulo abandone o lar”, diz o pastor. “Acredito piamente que maridos que batem em suas esposas, há muito abandonaram seus lares, dando às suas mulheres condições de se divorciarem de seus agressores.”
“O fato de alguns destes afirmarem ser cristãos, não os torna efetivamente crentes, até porque, os que agridem suas esposas, legitimam que, na verdade, nunca conheceram a Cristo”, reforça Valandro Jr. em seu artigo para o Pleno News.
O pastor Renato Vargens compartilhou uma reflexão no mesmo sentido em suas redes sociais, que o Gospel+ repercutiu em dezembro de 2022.
Creditos: Gospel+