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‘Divisor de águas’

Quando o jovem travesti acreditava que estava vivendo o auge de sua vida, os vícios e a solidão se impuseram de forma cruel: “Ganhei muito dinheiro, mas comecei a fumar maconha e a usar cocaína. Entrei no mundo dos vícios. Como eu estava sempre muito drogado, não conseguia mais fazer os shows, então comecei a me prostituir”, lamentou.

“Com 18 anos de idade eu era gerente de prostíbulos e boates, ajudando as cafetinas. Meus pais me internaram numa clínica em São Paulo”, contou, pontuando o desespero que a família sentia ao vê-lo naquela condição.

Nessa clínica, conheceu um homem com quem foi morar por dois anos. Nesse período, passou a frequentar um terreiro: “Me iniciei como ‘filho de santo’ e recebia duas entidades. Quando entrava no meu quarto sentia um vazio. Tinha amizades falsas. Comecei a fazer trabalhos de bruxaria e maldade para os outros. Quem me via na internet, via um travesti amoroso e engraçado, mas não sabia o quanto eu era ruim por dentro”.

Um dia, o ex-travesti sonhou sendo levado ao inferno, e essa experiência um “divisor de águas”: “Vi gente gritando, vi pessoas famosas ali. Era um lugar sujo, as pessoas queimavam no fogo, tinha bichos comendo a pele delas”.

“Eu via elas entrando em cavernas, mas saiam no mesmo lugar. Elas tentavam encontrar uma saída, mas não havia. E eu gritava para Deus: ‘Meu Pai, me perdoa’, mas eu sentia que Ele não me perdoava”, descreveu.

“Vi uma luz descendo naquele lugar e eu sabia que era Jesus. Eu ouvi uma voz forte, parecia um trovão. Ele me deu uma segunda chance. Quando Ele disse: ‘Volta para mim’, eu acordei. Parecia que eu estava dormindo, mas eu já estava em coma fazia alguns dias”, disse, afirmando que despertou “ardendo em febre”.

“Ele teve misericórdia de mim, Ele me resgatou. Eu iria pra lá como consequência dos meus erros e escolhas. Mas, quando acordei, não liguei muito para o sonho. Até que encontrei uma amiga”, disse, referindo-se a uma jovem com quem trabalhava num prostíbulo. “Ela estava diferente, com uma saia até o pé, carregando o filho num carrinho de bebê. Ela disse que estava indo à igreja. Eu caçoei dela e disse: ‘Até ontem você estava na boate’. Mas ela me convidou para ir à igreja também. E eu fui”.

No culto, o pregador falou sobre o sonho que ele tinha tido: “Ele disse que se fosse necessário, Deus me levaria de novo para aquele lugar. Foi forte demais para mim, entrei em desespero e comecei a chorar. Eu vi que era Deus mesmo”, contou, acrescentando que no mesmo dia cortou o cabelo e se livrou das roupas femininas: “Entreguei a vida a Jesus, abri mão de todos os meus desejos para viver a vontade de Deus. Hoje faço parte da Eira Church, aqui em Joinville”.

Essa mudança veio em julho de 2020, e encontro com a mensagem do Evangelho o fez perceber que há anos vivia uma mentira: “Deus me mostrou quem realmente eu sou, Ele mostrou a minha verdadeira identidade, que tinha sido roubada pelo inimigo. O vazio que eu sentia, não foi preenchido na prática da homossexualidade, nem nas baladas ou nos vícios. Só o amor de Deus me completou e me fez sentir amado de verdade”.

“Sou um ex-travesti sim, porque Deus liberta e transforma. Atualmente, sou um testemunho vivo”, com essas afirmações, Lucas tem trilhado um novo caminho.

Hoje eu vivo uma vida digna e sou uma prova viva de que Deus transforma. Agora quero levar o meu testemunho para as igrejas e mostrar que para Deus nada é impossível”, finalizou.

Credito: Gospel +

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